Projeto que altera férias dos professores entra em discussão na Câmara

por Anna Carolina Azêdo publicado 21/10/2025 22h02, última modificação 21/10/2025 22h02

Com a presença forte de professores da rede municipal de ensino, a sessão da Câmara de Vereadores desta terça-feira (21), reuniu diversos projetos importantes, que foram discutidos e votados.

Três projetos entraram em segunda discussão, como o 45/2025, de autoria do vereador Rodrigo Vargas, que denomina Ewaldo Katzer rua do município. De acordo com o parlamentar, o homenageado foi o fundador da Móveis Katzer, empresa que se consolidou como referência no setor moveleiro internacional, empregando atualmente 340 colaboradores diretos. “Neste ano de 2025 a Móveis Katzer completa 40 anos de história. É uma merecida homenagem”, completou Vargas. A rua está localizada no loteamento Schwarzwald, no bairro Mato Preto.

Já na primeira discussão quatro projetos foram pautados. Um deles é o 133/2025, que busca autorizar o Serviço Autônomo de Água e Esgoto de São Bento do Sul (Samae) a transferir, por meio de doação, um veículo à Empresa Municipal de Habitação de São Bento do Sul. De acordo com o documento, a iniciativa possui a finalidade de contribuir com o desenvolvimento do programa Banco de Materiais, aplicado pela Habitação. “O Samae recentemente renovou a frota e viu a necessidade da Emhab. O veículo em questão é um Fiat Strada”, disse o vereador e líder de governo, Joelmir Bogo.


Férias aos professores

Outro projeto colocado em discussão foi o 135/2025, que altera a redação da Lei 945, de 28 de maio de 2004, sobre as férias dos profissionais da educação das escolas municipais de São Bento do Sul. O documento afirma que as férias, que há 20 anos são de 45 dias, serão alteradas para 30 dias anuais e 15 dias de recesso remunerado. O Executivo também pontuou que a atual redação da lei vem promovendo ações judiciais em massa, o que colabora para um forte impacto financeiro aos cofres públicos, bem como a insegurança jurídica.

Durante a discussão, diversos vereadores opinaram sobre o projeto. “Quando um projeto desses entra em pauta, a classe já é desvalorizada. Eu já me coloco contra esse projeto”, comentou o  vereador Diego Niespodzinski. “Eu também me coloco contrária ao projeto. Nós temos que manter o que foi feito e cumprir a lei, um direito que foi concedido em 2004”, disse a vereadora Zuleica Voltolini. “Do ponto de vista de gestão, posso entender as razões do gabinete e da Secretaria de Administração em enviar o projeto, mas também entendo o lado acadêmico, sobre a conquista de direitos”, opinou a vereadora Terezinha Dybas". Diante das manifestações, o líder de governo, que afirmou que ficará imparcial ao projeto por enquanto, disse que fará uma ponte entre os profissionais da educação e o Executivo, a fim de promover o diálogo entre o prefeito Antonio Tomazini e a classe. O presidente da Câmara Municipal, Gilmar Pollum, disse que irá aguardar a reunião com o Executivo para que a segunda discussão e votação do projeto aconteça.

Vale ressaltar que, antes da sessão desta terça-feira, um grupo de professores conversou com os vereadores, colocando o ponto de vista da classe. Eles alegaram que a constituição realmente fala sobre a obrigatoriedade de 30 dias de férias, entretanto, não afirma a proibição de um período maior. Eles também disseram que, caso o projeto seja aprovado, se sentirão desvalorizados, já que o trabalho executado ao longo do ano é minucioso e, de certa forma, cansativo. Na última semana, também, o sindicato dos Servidores Públicos de São Bento do Sul se reuniu com os vereadores, pedindo a votação contra o projeto.


Tribuna Popular

A reunião também contou com a tribuna popular de Florisia de Lima, que explanou sobre o livro que escreveu, “A flor que aprendeu a ler e a escrever”. Ela, apelidada de Flor, uma senhora de 75 anos, de cabelos brancos, disse que realizou um sonho ao escrever a história, repleta de dificuldades, mas vitoriosa. “Quando eu voltei a estudar, eu tinha oito filhos. Eles começaram a ter dificuldade na escola e eu não podia ensinar eles. Aí eu entrei na Condor e, depois de cinco anos, me perguntaram se eu queria voltar a estudar. Não pensei duas vezes”, comentou. Dona Flor possui dezenas de cópias à venda. Para adquirir o livro, basta entrar em contato através do telefone (47) 9 9701-6653. A obra custa R$ 20.

O secretário de Educação, Josias Terres, também usou a tribuna para comentar sobre o requerimento de informação 59/2025, de autoria do vereador Diego Niespodzinski, sobre as matrículas da rede municipal de ensino e o ensino integral. Terres afirmou que as matrículas serão feitas de maneira automática, evitando filas em frente às escolas. Após a matrícula, os seguintes passos dados são o zoneamento gradativo, otimização do transporte escolar e mudança na legislação. “Qualquer criança que faça matrícula o sistema localiza e já configura o zoneamento”, disse. Sobre o período integral,  o secretário disse que mais de mil vagas serão disponibilizadas em período integral, através de um processo gradativo. “Não queremos somente colocar as crianças no contraturno, mas também formá-las de maneira integral”, comentou.

Por conta da extensão do encontro, a Palavra Livre foi suspensa.